top of page

Empresária Fida Aude conta como chegou ao Brasil e fala sobre culinária e decoração árabe

 

A decoradora e empresária do setor gastronômico Fida Aude é uma das personalidades de destaque na região de Ribeirão Preto, visibilidade trazida por sua história de vida e seus costumes árabes. Em entrevista exclusiva ao Jornal Radar News, Fida falou sobre a adaptação do povo árabe à cultura do Brasil, da aceitação dos costumes árabes pelo povo brasileiro e como foi a vinda da sua família para a América do Sul. Ela ainda disse que na decoração, os objetos árabes atraem os brasileiros pelos seus brilhos e cores vivas. Confira a seguir:
 

RN - Como tem sido a aceitação da culinária árabe em Ribeirão Preto? Fida Aude: A culinária árabe está agregada na cultura brasileira de forma geral há mais de um século, quando os primeiros imigrantes libaneses chegaram ao País. Foi, inclusive, uma das coisas que mais chamou a atenção de Dom Pedro II quando fez uma visita inédita (até então) ao Líbano. O aroma e as cores da cultura árabe encantaram o imperador. Alguns pratos se tornaram tão populares no Brasil que receberam adaptações, como o tabule. A receita original leva muito menos trigo e muito mais cheiro verde. Não tem nada de pepino ou alface, só tomate e hortelã, que nem sempre é usado na receita abrasileirada. A adaptação do povo árabe à cultura brasileira foi muito positiva e tranquila no decorrer dos anos.

RN - E quanto a decoração árabe, o público brasileiro tem procurado por estes artigos? Fida: A riqueza de cores e as formas dos objetos árabes chamam mesmo muito a atenção. A decoração, tem características temporais importantes, segue tendências que nem sempre têm a ver com a cultura de um povo ou sua tradição. Na decoração, o que mais se destaca em objetos árabes é a predominância de brilhos, muitas vezes o dourado, e de cores vivas e fortes. Como no vestuário, também os programas televisivos, sobretudo as novelas, ditam algumas modas na decoração. Alguns objetos se tornaram clássicos, como os narguiles.
 

RN - Quais foram os pontos marcantes dos primeiros anos que sua família viveu no Brasil? Fida: Meu pai veio para o Brasil trazer meus bisavôs, um casal de 80 anos, para conhecer uma parte da família que já morava aqui. Era um homem empreendedor, poeta, de uma personalidade firme e determinada. Ele veio e ficou por aqui durante um ano, aí a família resolveu mudar-se para cá. Então, minha mãe e os três filhos – eu, Iskandar e Mariana – viemos de avião. O mais comum era a imigração árabe ser feita em navios. Felizmente, foi possível virmos de avião, uma viagem muito mais tranquila e rápida. Vivemos em Barretos durante um ano, onde nasceu a irmã caçula – Suad “Sussuca” – e depois nos mudamos para Ribeirão Preto. Oito anos depois de chegarmos ao Brasil, meu pai faleceu precocemente. Já éramos quatro nessa época. Imagine uma mulher, nos anos de 1960, vivendo sozinha com quatro filhos? Foram tempos difíceis e que minha mãe Haifa superou com pulso firme e muito trabalho. Foram essas circunstancias que a levaram a se tornar modista, profissão que ela exerceu com excelência por 50 anos.
 

RN – Qual a importância dos seus pais para o sucesso de sua carreira na gastronomia? Fida: A força e energia empreendedora do meu pai marcaram nossas vidas. Ele era um homem de fibra e também um poeta. Portanto, era forte e sensível. Ele foi um grande poeta e dois anos após morar no Brasil já escrevia, em português, para os jornais locais. Naqueles tempos, julgo que esses traços foram importantes para moldar o que veio a ser nossa família no futuro. Minha mãe teve energia para nos educar, ver crescer, amadurecer e nos ensinar os temperos da vida. Nesse contexto, creio que a melhor resposta à sua pergunta seja: minha mãe ensinou e meu pai inspirou.
 

RN – No seu restaurante, como é o padrão de atendimento? Fida: No restaurante mantemos um modelo de atendimento que remete à cultura árabe. Nos restaurantes do Líbano, o cliente é servido de todos os pratos disponíveis naquele dia. Então, um grupo chega e são servidas pequenas porções de pastas (homus, babaganuche, coalhada seca etc), quibes, carnes, trigos, muitos legumes crus, como cenoura e rabanete. O modelo privilegia a reunião familiar e de amigos.
 

RN - Quais são os principais pratos da culinária árabe no seu restaurante? Fida: No Mabruk, adaptamos para as necessidades locais. Servimos uma mesa com os pratos, todos elaborados a partir de receitas tradicionais de família. Fazem sucesso aqueles mais comuns na cultura brasileira, como o tabule e os quibes. O chich barak, por exemplo, não é muito popular, mas tem excelente aceitação. E o carro-chefe da culinária árabe é o arroz com berinjela.
 

RN – Como surgiu a ideia de criar um restaurante com características árabes em Ribeirão? Fida: O restaurante surgiu da oportunidade de unirmos duas paixões, a decoração, que é minha profissão, e a culinária árabe. Eu e minha sobrinha Renata Jábali abrimos o restaurante dentro da loja de decoração, acompanhando uma tendência de mercado, que une a forma e o aroma. O restaurante cresceu, amadureceu e não perdeu sua principal característica, que é o enriquecimento das tradições. Nossa mais importante inovação é não perder de vista o sabor e o aroma original dos nossos pratos. Essas características não foram ditadas por mim, mas pela minha avó, Marwa, que ensinou à minha mãe, Haifa, que passou os ensinamentos para mim e que agora eu tenho o prazer de compartilhar, difundindo uma característica importante do meu povo de origem.
 

RN - Como você avalia o cenário regional quanto a abertura de estabelecimentos com características de outros países? Fida: O mercado gastronômico cresceu nos últimos anos e a especialização dos restaurantes fornece opções importantes para os consumidores. A culinária árabe, por exemplo, é bastante popular no Brasil há vários anos. Restaurantes em todas as regiões da cidade sempre têm um tabule ou uma esfirra para oferecer à clientela. O mérito de manter a receita tradicional e original é possibilitar o encontro dos clientes com o aroma e o sabor diferenciados.
 

RN - Como foi o início da sua carreira no setor gastronômico?  Fida: Minha carreira é focada na decoração. Sou decoradora por formação e paixão. À ela, no entanto, agreguei a culinária, por oportunidade de mercado e pela possibilidade de mostrar à cidade como é a legítima culinária árabe. O prazer de estar à mesa com os amigos, em volta de pratos tradicionais árabes, com nossos temperos e características e, enfim, mais uma paixão.
 

RN - Como a Sra. define a culinária árabe? Fida: A cozinha árabe é uma possibilidade de reunir pessoas e apreciar sensações. Não é possível comparar com nenhuma outra. Cada uma carrega suas próprias histórias e tradições. Cada prato no Mabruk tem uma história: quando apreciei um prato especial no Líbano, verifiquei que era exatamente o que minha mãe fazia e nos ensinou. Os ingredientes são naturais e ricos em vitaminas, como a lentilha, o espinafre, o grão de bico e a berinjela, por exemplo.
 

RN - Qual o segredo para o sucesso na gastronomia árabe? Fida: É o tempero. São sabores diferenciados e exóticos, para alguns. Por exemplo, usamos um melaço de romã que é muito saboroso e oferece um sabor especial à pastas e pratos.

Fonte: Radar News

NOSSO MENU

Confira as delícias elaboradas por Fida Aude inclusas no cardápio.

FUNCIONAMENTO

Terça a domingo: 11h30 às 15h
Feriados: Consultar

ENCOMENDAS

Seja para  almoço, eventos, encomendas ou reunião, ligue no

(16) 3636.2280 ou (16) 99797-8202.

Mabruk também está no iFood.

Desenvolvido por Texto & Cia

Restaurante Mabruk 2014. Todos os direitos reservados

bottom of page